Este blog tem a função de registrar impressões, vivências e convivências de um apaixonado pela região do Vale do Ribeira (litoral sul paulista) e morador da cidade de Iguape.
Iguape
sábado, 23 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Centenário de Albert Camus: eterno indignado iguapense
Este 07 de Novembro passado comemorou-se o centenário de nascimento de Albert Camus, pensador franco-argelino que ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1957 e morreu de acidente automobilístico no auge da carreira aos 46 anos. Autor de "O estrangeiro", "Calígula" e "A peste", Camus que sempre rejeitou o rótulo de filósofo, hoje é ainda um dos autores mais celebrados na França e no exterior.
Considerado um pensador contemporâneo, universal , observador e crítico da condição humana, é uma fonte obrigatória àqueles quem buscam sentido para este mundo em eterna crise ideológica.
Albert Camus tem uma relação estreita com a nossa Iguape. Chegou aqui entre 6 e 7 de Agosto de 1949 pelas mãos de Oswald de Andrade, seu amigo, em plena festa de Agosto.
Suas impressões sobre Iguape ficaram registradas no livro "O Exílio e o Reino", publicado em 1957, no conto "A pedra que cresce" o qual narra a estória de um engenheiro francês - D'Arrast - contratado para construir uma represa numa pequena cidade litorânea de São Paulo (adivinha qual????).
Este é o único escrito de Camus ambientado no Brasil. Traz o relato de um homem sensível que capturou a essência da nossa festa: uma pequena e pobre cidade do Brasil que se mobiliza todos os anos no mês de Agosto para expressar a mais pura manifestação humana de sincretismo cultural expressa pela religiosidade. dentro deste caldeirão étnico que é o nosso país, legitimamente representado pela nossa cidade num valor amostral muito mais do que representativo que o próprio Brasil talvez desconheça.
Albert Camus ficou imortalizado em Iguape pelo seu registro no livro de visitas do hospital Feliz Lembrança (hoje em ruínas) assim traduzido logo abaixo da página por Oswald de Andrade:
"Ao Hospital Feliz Lembrança que traz tão bem o seu nome, com a homenagem calorosa a este Brasil que aboliu a pena de morte e a esta Iguape onde a gente compreende o gesto"
E também pelo seu nome dado à alameda da Fonte do Senhor onde a imagem do Senhor Bom Jesus foi lavada em 1647.
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