Na acepção da palavra novena é uma série de nove dias. Para os Cristãos é um encontro para orações realizado neste período para manifestar a devoção a Deus (Pai, filho e Espirito Santo), a Virgem Maria, aos Anjos e Santos. E por que o número nove? A tradição das novenas iniciou-se após a morte de Jesus Cristo na recém formada comunidade cristã que reuniu-se em torno de Maria entre a Ascensão de Jesus ao céu e a descida do Espírito Santo (Pentecostes) que durou nove dias. O número 9 apresenta ainda um significado especial por representar três vezes o número três que por sua vez está relacionado à Santíssima Trindade. Portanto, tenho por mim que o número 9 é o número de Deus. Particularmente acompanho a Novena do Bom Jesus de Iguape e Nossa Senhora das Neves para demarcar o término de um ciclo e início de outro e refletir sobre o que tenho e não tenho feito na vida para ser uma pessoa melhor.
Este blog tem a função de registrar impressões, vivências e convivências de um apaixonado pela região do Vale do Ribeira (litoral sul paulista) e morador da cidade de Iguape.
Iguape
quarta-feira, 30 de julho de 2014
sábado, 26 de julho de 2014
Conversa de buteco: O boitatá de Iguape
Primeiramente não devemos confundir o lendário Boitatá, a cobra de fogo , o fogo-fátuo com o não menos folclórico Boi Tatá da nossa vila Xurupita. Esta narrativa foi de Maíco já tocado por algumas doses de PARATUDO. A lenda do Boitatá no imaginário indígena consiste numa luz que se movimenta no espaço daí a imagem da marcha ondulada de uma serpente com olhos que parecem dois faróis e couro transparente que cintila nas noites mata afora. A causa do mito pode ser explicada pela reação química originada da decomposição de ossos de animais mortos, ossos ricos em fósforo branco, um material altamente inflamável ao contato de um raio ou faísca.
Explicações a parte vamos ao causo ocorrido e repercutido na cidade de Iguape. Um motorista da prefeitura trabalhava numa retroescavadeira na BR222 próximo ao Ribeira desbastando um barranco alinhando a estrada para evitar algum possível desmoronamento. O homem trabalhou o dia inteiro e no final do dia já anoitecendo entrou na rodovia Casemiro Teixeira rumo ao Porto Ribeira com a retroescavadeira. Como já era noite, ligou os faróis da cabina e com a caçamba levantada vinha pela estrada. O motorista cansado que estava esqueceu de suspender as sapatas laterais que dão estabilidade à máquina e conforme vinha dirigindo as sapatas resvalavam no asfalto formando chispas luminosas com o atrito. A estrada não tinha iluminação e tudo que aparecia eram os dois faróis brilhando, chispas de fogo rente ao chão e no escapamento tochas explosivas e barulhentas formando um fumaceiro para trás do veículo. As pessoas que voltavam para suas casas vendo naquele breu a aparição barulhenta deram meia volta para a cidade correndo e gritando: Olha o Boitatá!! Olha o Boitatá...E assim Maíco encerra seu causo em meio a gargalhadas dos ouvintes.
Conversa de buteco: Santuário ou Sanitário?
Como sempre no bar do Adilson em meio ao burburinho de conversas uma estranheza: Celso quieto, só ouvindo, sem emitir uma exclamação. Noite adentro muita cerveja e gente entrando e saindo do banheiro para se aliviar. Celso em pé, parecia o guardião do banheiro. Determinado momento ele soltou: - Na última excursão para Aparecida promovida pelo pessoal do Boi Tatá teve um camarada que se entupiu de cerveja e tava doido para se aliviar. Pelas imediações da catedral viu uma fila e entrou. Acompanhando o sicrano foi beltrano e a fila não andava e a coisa apertava. Ao chegarem perto da porta a placa SANTUÁRIO. E aí a discussão entre os dois: mais eu li na placa SANITÁRIO. e aí foi mais um sarro geral no bar despertando finalmente os eloquentes discursos de Celso.
Adilson's Pub: o bar do "Xi"
Estando em Iguape sozinho não dá para ficar uma noite sem passar no Public House da Vila Garcez, o bar do Adilson. Para mim é um verdadeiro PUB não perdendo para o mais legítimo inglês: estilo medieval, pouca iluminação, televisão ligada, cerveja, de vez em quando música ao vivo e muita mais muita conversa fiada. Logo que um frequentador assíduo aponta na porta já é recepcionado pelo outros com um estrondoso "Xi" cuja pronúncia tende a ditongação parecendo uma panela de pressão chiando. Interjeição em forma de exclamação significando que uma má presença se adentra no recinto e assim recepcionando se faz um lembrete ao recém chegado que ele é uma persona non grata e que abrevie ao máximo sua estadia ali. Esta exclamação é revestida do modo de ser iguapense em sua expressão dos contrários, explico: quando se diz "muito" quer dizer "pouco" e vice versa. Daí vem outra expressão muito frequente na boca dos iguapenses "Eh... moleza" no sentido de desaprovo de uma situação. Concluindo, na realidade o "Xi" no bar do Adilson é uma identificação de um filiado e um lisonjeio velado de sua presença.
Festa do Bom Jesus de Iguape 2014
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