Iguape

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A Princesa do Litoral

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Romaria e Procissão do Bom Jesus de Iguape

Romaria é uma peregrinação religiosa feita por um grupo de pessoas a uma igreja ou local considerado santo, seja para pagar promessas, agradecer ou pedir graças, ou simplesmente por devoção, podendo ser feita a pé, a cavalo ou em veículos (bicicleta, motos ou carros). O nome do termo é uma referência a Roma, sede da Igreja Católica Apostólica Romana, e por esse motivo é usada para classificar especialmente peregrinações católicas. Aquele que pratica a romaria é o romeiro.
Procissão (provém de procedere, "para ir adiante", "avançar", "caminhar") é um corpo organizado de pessoas caminhando de uma maneira formal ou cerimonial. Muitas vezes acontece sob a forma de um cortejo religioso realizado em marcha solene normalmente pelas ruas de uma cidade, carregando imagens e entoando orações ou cânticos.  Este ritual segundo a crença, tornaria as pessoas e os locais, abençoados. 
No catolicismo, normalmente acontecem em devoção a um santo (ou santos) ou à Santíssima Trindade, onde se faz transportar as imagens de Jesus Cristo, da Virgem Maria ou dos santos pelas ruas da localidade em festa.
As procissões podem possuir um significado profundo para o fiéis e simbolizam a caminhada de oração do Povo de Deus, em comunidade, rumo à casa do Deus Pai. Caminhar tem um sentido teológico muito precioso para os cristãos: a Missão. Sair de sua casa, deixar seus familiares, para anunciar o Evangelho. Levar a Imagem do Santo pelas ruas significa espalhar as bençãos que a fé proporciona. Para os participantes, seguir uma procissão é seguir Jesus, que também andou em procissão rumo ao calvário, onde teria conquistado a salvação de toda a humanidade. 
Assim acontece todo o dia 06 de Agosto a 367 anos em Iguape quando se realiza a grande festa em louvor ao Bom Jesus de Iguape, uma imagem de Jesus Cristo encontrada em 1647 por índios da praia da Juréia a caminho da vila de Itanhaém em busca de mercadorias encomendadas. A partir daí muitos relatos de aparições e milagres ocorreram na região. O culto em louvor ao Bom Jesus logo difundiu-se tornando-se um dos polos  de peregrinação mais importantes do Brasil.  



terça-feira, 5 de agosto de 2014

Nossa Senhora das Neves padroeira de Iguape.

A igreja católica prega a devoção de seus santos e em especial à Virgem Maria por ser ela a que Deus designou para ser mãe de Jesus Cristo. Considerada pelos católicos a mãe espiritual de toda a humanidade é a sua maior intercessora junto a Deus e junto a seu filho Jesus.
O título Nossa Senhora da Neves (também conhecido por Santa Maria Maior) se deve a uma antiga tradição em que um rico casal romano pediu em oração à Virgem Maria uma orientação para empregar a sua fortuna. Em sonho foi dada a mensagem de que Santa Maria desejava a construção de uma igreja no monte Esquilino num local que aparecesse coberto de neve. 
Isto aconteceu numa noite de 4 para 5 de Agosto, em pleno verão. No dia seguinte , ao percorrem o monte Esquilino, designação de três montes que ficam na periferia de Roma, encontraram um local no monte  Cispio um terreno que amanheceu inteiramente nevado. Ali construiu-se a Basílica de Santa Maria Maior.
No Brasil, Nossa Senhora das Neves é padroeira de muitos municípios. A região de Iguape, litoral sul do estado de São Paulo, começou a ser povoada logo após o descobrimento do Brasil, pois o meridiano do Tratado de Tordesilhas entre Portugal e Espanha passava por este local.
Em meados do século XVI, já havia um pequeno povoado, onde atualmente fica o bairro do Icapara. Em 1577 foi construída a primeira igreja em homenagem a Nossa Senhora das Neves.Diz a tradição que a imagem da santa chegou a bordo de um brigue português que se refugiou na barra do Icapara fugindo de uma nau pirata  . Em 1614 foi construída uma nova igreja quando os moradores resolveram mudar para a atual localização de Iguape o qual perdurou até meados do século XIX sendo substituída pela atual Basílica.   
Portanto, todo dia 05 de Agosto em Iguape é comemorado o dia de Nossa Senhora das Neves com missa, procissão e término da novena. 

domingo, 3 de agosto de 2014

Conversa de Buteco: AÍVA


Dos murmurinhos das rodas dos amigos do Boi Tatá em seu templo maior, o Bar do Adilson, os meus ouvidos curiosos captaram mais de uma vez um termo para mim desconhecido:

- Hoje estou muito aíva. 
- Este aparelho celular de Fole é muito aíva, não funciona direito.
- Cuidado com fulano, esse cara é aíva, não confie nele!

Fui pesquisar e trata-se de mais um regionalismo iguapense originado dos índios tupis - aíua - com significado de meio doente, amofinado, desorientado. Existe um segundo sentido também que seria uma pessoa ou coisa sem valor ou insignificante. Mais uma que aprendi.


Merda da Lua

Iguape faz parte de uma região litorânea onde ocorreram os primeiros contatos dos portugueses e espanhóis com os nativos índios e com os negros trazidos para a exploração das riquezas da terra. Dessa miscigenação nasceu a cultura caiçara palavra de origem tupi referindo-se aos habitantes das zonas litorâneas do Brasil e mais especificamente dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina que mantém as mesmas características de formação étnica e parâmetros culturais comuns. Um aspecto importante a destacar deste modo de ser é o respeito e observação da natureza desenvolvendo um saber peculiar. Uma grande influência em seu modo de vida que está relacionada às atividades de pesca, a caça e o plantio da roça são as fases lunares e, portanto, a Lua dá rumo a várias decisões e crendices. Uma dessas crendices é a chamada "merda da lua" que consiste numa pasta amarela sem cheiro que aparece de manhã bem cedo, após noite de lua cheia no chão parecendo que caiu do céu por deixar rastros invariavelmente de cima para baixo. Para o caiçara a lua caga quando alguma coisa está errada avisando algum mau agouro e principalmente denunciando que alguma mulher próxima a casa onde a lua cagou está grávida. Para ilustrar o que já escutei de comentários pelos caiçaras iguapenses passo um vídeo da Associação Mandicuera de Cultura Popular retratando uma encenação sobre essa crendice caiçara.

  





Historiando Iguape

Dos Iguapenses que conheço gostaria de registrar a figura de William um dos irmãos Becherer fundadores do Bloco Boi Tatá. Desportista trabalhou em São Paulo como professor de natação. É um cliente assíduo do Bar do Adilson mesmo porque é o proprietário do prédio do estabelecimento. Como individuo é reservado, porém muito eloquente quando fala. Faz um trabalho relevante nas redes sociais, mantendo as páginas das atividades do Bloco Boi Tatá, do Bar do Adilson e promovendo um resgate da história de Iguape postando fotos de várias épocas registrando momentos da vida e locais da cidade. Através dessas fotos podemos ver as mudanças ocorridas no cenário da cidade, relembrar de pessoas que foram importantes na comunidade, registro histórico de algum evento relevante e promover interações significativas do convívio entre as pessoas que apresentam uma causa comum. Do meu ponto de vista um modo sui generis de fazer história.