Iguape

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A Princesa do Litoral

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Conversa de buteco: A surra de Dito Caolho


Ontem 29.09.2014 choveu parcialmente e nas tréguas que a chuva dava eu e Micael, noivo de minha filha (nada de genro, pois parente ainda não é, só usufrui de minha filha, fazer o quê?) passávamos um impermeabilizante nas paredes externas da casa de Iguape. Fizemos isso até 12h30, depois a chuva não parou mais e fui eu fazer o almoço. Almoçamos e fomos tirar o sono justo dos iguapenses. Levantei era 18h00 com as badaladas da Basílica anunciando a hora da Ave Maria. Tomei o banho, lambuzei meu corpo com as pomadas devidas para minha psoríase, tranquei Micael na casa e fui para o Adilson's Pub escutar as conversas novas e as antigas. Chegando lá estava Diocélio, Celso,  um senhor morador da nossa rua que não sabia o nome, Adilson o "donudubá" (assim denominado por Braguinha), William Becherer (tomando suas cervejas para poder navegar mais tarde na internet procurando relíquias para postar no "Historiando Iguape"), e logo depois Osni meu vizinho. Ao pedir uma cerveja e iniciar um diálogo com Celso, eis que chegou Dito Caolho, pescador parceiro de seu Zé pai de Pipoca (presidente do Boi Tatá)  todo agitado. Mais que depressa Celso chamou-o no canto, debulhou algumas notas de dinheiro e passou para Dito. Ao voltar Celso me disse que devia algumas vivocas para Dito e tinha esquecido de acertar. Fiquei reparando na figura de Dito Caolho, pescador, chinelo de dedo, cujo pé nunca viu sapato na vida, sentou em levantou uma cinco vezes conversando com Diocélio, atrás de um doce dos potes do Bar que o satisfizesse. Perguntei de Dito para Celso, e este, como sempre, iniciou seu relatório: Dito pescador xucro, poucas palavras e respostas sempre prontas. Um dia, Dito se bateu com outro pescador, a desavença foi às últimas consequências e iniciou-se a briga. O próprio Dito relatou: - Levei dezessete chutes no cu e e sete socos na cara. E arrematou: - Ah! se eu não fosse de circo....tinha apanhado muito.
     

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Vivoca frita


Vivoca (Diapterus mombeus) é um peixe muito apreciado pelo iguapense. Apesar de ser encontrado em todo o litoral brasileiro não é muito explorado comercialmente. Seu nome varia conforme a região e é também conhecido por Carapeba ou Caratinga. Seu Zé  pai de Pipoca pescador antigo de Iguape é meu fornecedor de vivocas. 





Consertei 5 vivocas pequenas ( prefiro porque cabem inteiras na minha panela de ferro).



Temperei com 3 limões galeguinhos (difícil de encontrar em São Paulo, mas aqui em Iguape muitos mantém um pé desse limão no quintal), sal, coloquei manjericão, salpiquei um saquinho de hondashi e coloquei para dormir 01 noite na geladeira.


Dia seguinte empanei com crockmix que nada mais é que amido de arroz na sua totalidade (descobri que o amido de arroz é melhor para frituras, pois não queima e deixa pouco resíduo não sujando a panela conforme vai-se fritando os peixes) 


Tudo pronto para a fritura e eis aí o resultado


Foi só almoçar, eu, Micael (noivo da minha filha) e Mel (minha cachorrinha) que dureza!!!!



conversa de buteco: o curió perneta

canto do curió  clique para escutar)
O curió também conhecido por avinhado (Oryzoborus angolensis) é um pássaro canoro nativo do Brasil e muito apreciado pelo seu canto. Pequeno (cerca de 15 cm) sendo o macho preto na parte superior do corpo e castanho avermelhado na parte inferior e na parte interna das asas na cor branca. É criado em cativeiro, porém seu habitat natural são as florestas sub-tropicais úmidas e florestas secundárias que hoje estão altamente degradadas.Eu mesmo fui criado ao som do canto de um curió que meu avó pegou da mata ainda filhote. Este curió teve uma vida longa, 13 anos na gaiola e seu canto mavioso embalou minha infância quase toda.Caminhando para a extinção nas florestas ainda pode ser visto na reserva florestal de Itatins área de preservação do nosso município de Iguape. 
A estória que apresento agora é mais um causo contado pelo meu amigo Marco Franco sobre o legendário iguapense Pedro Seca. Pedro quando não estava construindo ataúdes era também um criador e roleiro de curiós. Uma vez a ele foi encomendado um curió que fosse bom cantador e assim Pedro separou seu curió de melhor canto. Passado uma semana uma reclamação veio a ele: havia uma problema com o curió, o pássaro não tinha uma das patas.
Pedro Seca então indagou: 
- O pássaro não canta bem? o fulano respondeu-lhe que o o curió cantava muito bem.
Então Pedro soltou: 
- Você queria uma curió que cantasse ou que fosse jogador de futebol?    .  


sábado, 20 de setembro de 2014

Robalo ao forno à minha moda

Seu Zé pai de Pipoca matou e eu consertei 02 robalos e 7 vivocas:


Congelei os peixes e hoje estou fazendo um robalo

ROBALO AO FORNO À MODA RECEITA 

Ingredientes
01 robalo (pode ser dois, depende do tamanho da forma) tainha também fica da hora
02 a 3 tomates cortados em barquinhos 
02 cebolas cortadas em pétalas
01 pimentão vermelho picado em quadradinhos (pode ser o amarelo ou a verde tb)
06 a 10 batatas cortadas em largura de 1cm (a quantidade depende da forma, pois as batatas vão forrar a assadeira fazendo uma cama para o(s) peixe(s)
03 dentes de alho (picado na faca sem amassar)
uma trouxinha de salsa + cebolinha (pegar a cebolinha e uns raminhos de salsa fazer uma trouxinha que vai dentro do peixe.
02 a 03 cenouras cortadas em palito (corta na metade e depois em quatro transversalmente)
02 a 03 limões (de preferência galego ou cravo, mas pode ser outro)
ingredientes secretos: um sache de hondashi (tempero japonês, na quitanda dos irmãos Kiohara tem); folhinhas de alecrim dessecado (lá tb tem)

Preparo
Faça cortes  laterais no peixe para penetrar os temperos. passe sal a gosto no peixe e esprema os limões também. Não jogue fora os limões espremidos coloque-os dentro da cabeça do peixe (normalmente eu tiro as guelras para isso). Coloque dentro do peixe os pedaços de alho, salpique as folhinhas de alecrim e coloque o trouxinha de salsa e cebolinha.
Salpique sal na assadeira, forre com um pouco de azeite extra-virgem na assadeira, faça uma cama com as batatas; salpique um pouco do hondashi por cima das batatas e deite o(s) peixe(s) coloque os demais ingredientes (cenoura, tomate e pimentão) salpique o resto de hondashi do sache e regue azeite generosamente. Deixe pelo menos 01 hora descansando.
   
Assar mais ou menos 50 minutos em fogo médio (não precisa virar o(s) peixe(s)).
O tempo pode ser mais ou menos, depende do seu forno o ponto é quando não tiver mais caldo no fundo da assadeira e sim só o azeite.

Agora é só deliciar-se. Oh vida difícil a do iguapense...Hê...como pôco...


Pitu flambado na Cristiano

Ico deu-me um punhado de pitus que ele apanha. Estavam ainda vivos.
Consertei os bichinhos, coloquei sal e espremi 01 limão galeguinho do pé lá de Ilso.
 Coloquei na frigideira, com azeite extra-virgem  e quando os bichinhos ficaram vermelhinhos taquei-lhes uma dose de Cristiano. O fogo ardeu por uns dez segundos nos pituzinhos. Dava para ver a carne frigindo por debaixo da casca e aquele aroma inigualável da "Cris" subindo.
Acompanhou uma salada caprese com tomate, rúcula e queijo frescal de búfala que comprei na feira de quinta.
Moleza!!!! ser iguapense tem dessas coisas...

Conversa de Buteco: O caixão de Pedro Seca.


Ontem estava eu no Adilson's Pub conversando com Celso e eis que chega Marco Franco que reside em Santos, mas também morador de nossa rua aqui de Iguape. Não o conhecia direito, mas se mostrou um grande contador de causos iguapenses. Dentre muitos que contou, um dos "publicáveis" foi o de Pedro Seca. Pedro, morador da rua do funil, tinha a alcunha de Seca em alusão ao termo "seca pimenteira" pois era  fazedor de caixão de defunto. Certa feita encomendaram um caixão para uma defunta. Pedro foi lá e tirou as medidas da falecida e se pôs a fazer o ataúde. Entregou a encomenda e retirou-se. Logo depois recebeu um chamado dizendo que a finada não estava cabendo em sua última morada. Pedro pegou sua trena e foi ressabiado pois nessas coisas nunca tinha falhado com ele. Ao chegar no local do guardamento, examinou exaustivamente a dita morta , olhou, olhou e assim disse taxativamente:
- Não há nada de errado com o caixão, as medidas estão corretas. Agora esta mulher vai pro cemitério ou vai dançar no "Supimpa" ? Olha o tamanho do salto do sapato que botaram nela!!!! Tá fácil, heim?Mainga de Deus.       

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Temporada de Brejaúva

Brejaúva ( Astrocaryum aculeatissimum)

Hoje a tarde estava eu passando impermeabilizante nas paredes de casa quando ouço uma bateção de martelo no meu vizinho. Fiquei curioso e fui dar uma espiada e vi o pessoal se fartando de comer brejaúvas. Só fui conhecer este fruto em Iguape. Lá encontrei nas feiras de domingo e quinta-feira. O fruto provém de uma palmeira de pequeno porte que cresce em touceiras nas áreas remanescentes de mata atlântica na faixa costeira cobrindo a Bahia até Santa Catarina. Suas amêndoas são muito apreciadas por aqui e são também conhecidas como ariri. O pessoal diz que apanhar o cacho é complicado, pois a touceira tem muitos espinhos e inflamam os arranhões. 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Baile Flash Back do Boi Tatá


Neste sábado 13 de Setembro ocorreu o primeiro baile flash back promovido pela diretoria do bloco Boitatá. Cheguei no dia 10.07 em Iguape ansioso para garantir os ingressos e a mesa e saber dos preparativos. No sábado chegou minha família e às 23:30 fomos ao tão esperado baile. E como fala o iguapense "deu bom", teve muita animação, uma seleção de músicas de primeira, e  exímios bailarinos: "Maicon" Dito Fole ("torrado" como sempre), Walter Cuca e Mica. Walter Cuca é um caso a parte, não ingere nada de bebida alcoólica e vive a base de uma dieta de banana e refrigerante Dolly, dançou freneticamente ficando todo ensopado de suor. Uma disposição invejável deste senhor que leva uma vida simples e feliz a seu modo.      

Conversa de Buteco: Receitas do Dr. Gravatá


Assistindo a um programa de luta de box em nosso PUB o "Adilson's"  Celso (e sempre ele) puxou uma conversa sobre o Dr. Gravatá (um dos muitos errantes dos bares de Iguape): Por ocasião da luta de Anderson Silva que quebrou a perna  e perdeu a revanche para Chris Weidman, Dr. Gravatá logo deu a sua receita:
- Tomar guanxuma com leite e passar lama do mangue na perna. Depois de uma semana o Anderson estaria quebrando perna de mesa.
NOTA: Guanxuma, trata-se da Sida rhombifolia L. Uma planta semi-arbustiva com um sistema radicular muito profundo, sendo difícil de arrancar. Ocorre em todo o Brasil. É utilizada na medicina popular como um tônico, anti-inflamatório e febrífugo. Nas áreas rurais seus ramos são usados ainda para a confecção de vassouras.