Iguape

Iguape
A Princesa do Litoral

sábado, 21 de dezembro de 2013

UMBIGO DE BANANA: UMA INUSITADA IGUARIA





O cultivo da banana constitui a maior atividade econômica do Vale do Ribeira representando cerca de 60% da produção agropecuária da região. Com tanta banana seu consumo é muito grande por aqui. A flor da bananeira localizada na parte inferior do cacho é chamada de umbigo, coração ou mangará e constitui numa iguaria culinária de sabor muito requintado. Para ser utilizado como alimento, o umbigo da banana é retirado do cacho ainda imaturo, o que favorece seu amadurecimento. 
 




O umbigo assim retirado deve ser desfolhado retirando-se as primeiras camadas mais grossas até chegar no miolo, uma parte macia branca semelhante a um palmito. 








Após lavar bem, cortar em tiras finas, colocá-las numa travessa com água, sumo de limão e uma colher de sobremesa de bicarbonato de sódio. Este procedimento dura de 15 a 30 minutos e serve para impedir a oxidação e as fatias ficarem escurecidas.  


Após, colocar as fatias em uma panela com água quente e deixar levantar fervura. 


Retirar as fatias e escorrer em um escorredor. Ferver novamente por mais duas vezes. A partir deste ponto as fatias estão prontas e podem ser refogadas e utilizadas como recheio de pastéis, croquetes, tortas, empadas, lasanhas, risoto ou misturadas a bacalhau desfiado ou ainda a carne bovina moída. O refogado pode também servir de acompanhamento de linguiça, costelinha suína, pernil entre outros. 

UMBIGO DE BANANA COM CARNE MOÍDA:



Refogar 01 uma cebola picada e 02 dentes de alho em óleo, azeite ou banha de porco. Em seguida refogue 300 gramas de carne bovina moída. Quando a carne estiver fritando, colocar as fatias de 02 umbigos de banana tratadas da maneira acima, Deixar refogando por cerca de 5 minutos. Acrescentar sal e cheiro verde a gosto.   



Agora é só saborear com aquele tradicional arroz com feijão, uma delícia.






quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

SAUDADES DE IGUAPE II

Existe também uma versão letrada da melodia escrita pelos irmãos Antônio Bruno e Ernesto Zwarg e interpretada por Antonio Martins. Vejam as paisagens e ouçam a bonita voz e inspirados versos... e de quebra uma toada descrevendo o rio Ribeira...

SAUDADES DE IGUAPE

Esta valsa, reconhecida como o hino da cidade de Iguape, foi composta por João Batista do Nascimento e gravada pela primeira vez em 1913. Aqui um belo arranjo do acordeonista Antenógenes Honório da Silva de 1956.

domingo, 1 de dezembro de 2013

ANIVERSÁRIO DE IGUAPE: um pouco sobre a nossa cidade

O estado de São Paulo possui 645 municípios. O maior deles é Iguape com 1.977,951 Km². E agora em Dezembro comemora 475 anos.
Município de Iguape

A real data de fundação do município de Iguape é desconhecida, pois existe uma controvérsia entre os historiadores aonde alguns chegam a afirmar que havia europeus nesta região do Vale do Ribeira antes do descobrimento do Brasil por Pedro Alvares Cabral.





Afonso d'Escragnole Taunay



A data oficial atual é 03 de dezembro de 1538 e foi estabelecida por uma comissão de historiadores liderada por Afonso d’Escragnole Taunay em 1938, por solicitação do prefeito da época Manoel Honório Fortes. Esta data tem como base a separação de Iguape e Cananéia.

 Manoel Honório Fortes










Povoado, freguesia e vila são os nomes das categorias básicas que caracterizam o processo da formação dos núcleos urbanos do Brasil até o ano de 1889, quando a República foi proclamada. Ou seja: começam como um povoado, crescem e tornam-se uma freguesia e, caso atendam a certos critérios, são elevados a vilas. Essas categorias ainda existem, mas mudaram de nome: a freguesia é o equivalente ao distrito e a vila é o que conhecemos como município atualmente.

Marco representativo da fundação de Iguape no bairro do Icapara

De Povoado à Freguesia
Remonta a 1577 a data em que o povoado foi elevado à categoria de freguesia, com o nome de "Freguesia de Nossa senhora das Neves da Vila de Iguape", quando foi aberto o primeiro livro do tombo da Igreja de Nossa Senhora das Neves, construída no local conhecido por "Vila Velha", no sopé do morro chamado de "Outeiro do Bacharel", defronte à Barra do Icapara.

Outeiro do Bacharel


De Freguesia à Vila
Não se sabe, ao certo, a data de elevação a vila, porém, acredita-se que tenha sido entre 1600 e 1614. Neste último ano, foi iniciada a construção da antiga Igreja Matriz, já no local atual, no centro urbano, após a mudança da então freguesia, ordenada pelo fidalgo português Eleodoro Ébano Pereira (um controverso personagem da história que entre os séculos XVI e XVII combateu os franceses no Rio de Janeiro, participou da bandeira que explorou a região de Iguape e fundou a cidade de Curitiba).

A vila foi elevada a cidade pela Lei Número Dezessete de 3 de abril de 1848 com o nome de "Bom Jesus da Ribeira", mas, no ano seguinte, pela Lei Número Três de 3 de maio, foi modificado o nome para "Bom Jesus de Iguape". Posteriormente, o costume popular simplificou-o para "Iguape".



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Centenário de Albert Camus: eterno indignado iguapense

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Este 07 de Novembro passado comemorou-se o centenário de nascimento de Albert Camus, pensador franco-argelino que ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1957 e morreu de acidente automobilístico no auge da carreira aos 46 anos. Autor de "O estrangeiro", "Calígula" e "A peste", Camus que sempre rejeitou o rótulo de filósofo, hoje é ainda um dos autores mais celebrados na França e no exterior.
Considerado um pensador contemporâneo, universal , observador e crítico da condição humana, é uma fonte obrigatória àqueles quem buscam sentido para este mundo em eterna crise ideológica.
Albert Camus tem uma relação estreita com a nossa Iguape. Chegou aqui entre 6 e 7 de Agosto de 1949 pelas mãos de Oswald de Andrade, seu amigo, em plena festa de Agosto.
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Suas impressões sobre Iguape ficaram registradas no livro "O Exílio e o Reino", publicado em 1957, no conto "A pedra que cresce" o qual narra a estória de um engenheiro francês - D'Arrast - contratado para construir uma represa numa pequena cidade litorânea de São Paulo (adivinha qual????).
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Este é o único escrito de Camus ambientado no Brasil. Traz o relato de um homem sensível que capturou a essência da nossa festa: uma pequena e pobre cidade do Brasil que se mobiliza todos os anos no mês de Agosto para expressar a mais pura manifestação humana de sincretismo cultural  expressa pela religiosidade. dentro deste caldeirão étnico que é o nosso país, legitimamente representado pela nossa cidade num valor amostral muito mais do que representativo que o próprio Brasil talvez desconheça.
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 Albert Camus ficou imortalizado em Iguape pelo seu registro no livro de visitas do hospital Feliz Lembrança (hoje em ruínas) assim traduzido logo abaixo da página por Oswald de Andrade:
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"Ao Hospital Feliz Lembrança que traz tão bem o seu nome, com a homenagem calorosa a este Brasil que aboliu a pena de morte e a esta Iguape onde a gente compreende o gesto"
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E também pelo seu nome dado à alameda da Fonte do Senhor onde a imagem do Senhor Bom Jesus foi lavada em 1647.
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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

FESTA DE AGOSTO


Domingo 28.07.13 cheguei em Iguape preparado para o primeiro dia da novena. É a minha segunda novena que acompanho. Minhas impressões são que a festa de Agosto, sob o ponto de vista de fé, é mais relevante para os turistas, romeiros e peregrinos que para os próprios iguapenses. Existem muitas categorias de pessoas que invadem Iguape neste período: os barraqueiros que montam suas tendas para vender toda a sorte de bugigangas; os larápios que vão bater carteiras dos bêbados e desavisados; os romeiros que são movidos pela fé no intuito de pagar promessas ou por pura tradição; os iguapenses comerciantes ávidos pelo lucro com seus preços abusivos; os iguapenses moradores que recheiam seus bolsos para as épocas minguadas alugando suas casas, quartos, terrenos e banheiros; os iguapenses políticos e abastados que comparecem às comemorações religiosas como forma de autopromoção...tem de tudo.
Vi muitos moradores iguapenses pegando fila na basílica para por as mãos nos pés do Bom Jesus sendo que existem 356 dias restantes para demonstrar sua fé. Vi muita gente entocada em suas casas, admirando o movimento pelas janelas sem coragem de sair pela cidade. Vi muita gente alheia a tudo da festa levando sua rotina monótona. Vi pessoas de todas as mesclas chegarem de muitas origens do interior de São Paulo e  da região sul para participar da festa. 
São muitos prós e contras: esta festa dá uma aquecida na economia de Iguape promovendo a cidade, renova-se a fé de muitos cristãos católicos, mantém-se uma tradição de 366 anos da história linda do município de Iguape, reforça os laços e o orgulho dos moradores locais, revitaliza a cultura caiçara; por outro lado, toda a cidade e região recebe um forte impacto ambiental: a população passa de 30.000 para mais de 200.000, e como consequência muita sujeira e lixo espalhados pela cidade, pisoteamento da orla do mar pequeno, risco de depredação dos monumentos históricos e casas tombadas; aumento do volume do esgoto gerado e outros pontos negativos.
Para mim particularmente aprecio o ritual da novena, as procissões, as missas e as manifestações populares. O homem necessita de símbolos para expressar seus sentimentos, emoções e reforçar suas instituições.      

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Nossa Senhora do Rocio

Quinta-feira 04.07.2013. Chegando em Iguape, após limpeza da casa, à noite, lembrei-me que numa excursão anterior pelo bairro do Rocio havia uma igreja: a paróquia de Nossa Senhora do Rocio com  missas às quintas 19h30. Programei e fui. Virei a rua rumo à passarela em passos rápidos e sem olhar para o bar do Adilson, pois poderia não resistir e ficar por lá. Atravessei a passarela e ao chegar na paróquia havia três pessoas. Sentei-me no antepenúltima fileira e fiquei esperando. Logo um rapaz veio me recepcionar,conversou comigo, mostrou-me a capela, deu-me uma cópia do hinário, esclareceu-me sobre a santa padroeira e me passou um cartaz da festa de agosto e me disse que ficasse a vontade e se quizesse cantar podeira participar do coro. Começou a missa. O condutor não era o padre e sim um devoto veterano  que, a pedido deste, estava liderando as atividades. Contamos 18 pessoas ao todo. Tudo foi singelo, simples e verdadeiro. Fiquei emocionado com a pregação do senhorzinho buscando as melhores palavras em um simples e autêntico enredo em louvor a Deus. Não comunguei, mas fui mencionado pelos párocos durante a missa. Fiquei lisonjeado. Quando acabou, cumprimentei a todos e fui embora para casa. Agradeci muito a Deus por esta ocasião.    

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Festival de Inverno em Iguape

Quinta-feira 04.07.2013. Chego a Iguape às 13h30. Casa mofada, limpeza, muitos afazeres. Sexta,    estoura um resfriado, acho que foi alergia da casa fechada. Sábado, passo de cama a manhã inteira e não saio de casa. Domingo, meu filho chega com sua namorada, vamos à praia do boqueirão norte na ilha. À noite vou ao segundo dia do festival de inverno onde se apresentou a Orquestra de Câmara de São Paulo sob a regência do maestro Ricardo Cardim. É uma formação muito recente mesclando músicos experientes e novatos com o objetivo de interpretar músicas brasileiras de concerto e o interessante  é não importar se de fonte erudita ou popular. Os quinze músicos tocam exclusivamente instrumentos de corda. Foi um grande programa que fiz, é difícil apreciar repertório erudito brasileiro. Lembrou-me muito minha pré-adolescência onde ia aos domingos de manhã ao teatro municipal de São Paulo assistir "Concertos para a Juventude". 


domingo, 23 de junho de 2013

SÚBITA INICIAÇÃO

Na noite de quinta 05.06.2013, deitado, por volta da meia noite escutei rumores de um bingo ao longe, lá pras bandas do Morro do Espia,  fiquei sabendo na sexta sobre a festa junina.  06.06.2013, 19h32 sexta-feira (marquei no relógio) me encaminho para os lado do Espia virando rapidamente  a rua Major Rebello para não parar e ancorar no bar do Adilson. Nesta direção, já ouvindo os estampidos de rojões anunciando o início da função, olho para uma casa e lá estava entrando uma figura conhecida - o velho e forte negro Diocélio - pessoa marcante que conheci frequentando o bar do Adilson. Cumprimentei-o e ao apertar sua mão, convidou-me a entrar na casa onde outros amigos estavam. Passando a casa da frente, nos fundos, um barracão e murmurinho de homens conversando. Ao adentrar o recinto, de inesperado, logo fui efusivamente recepcionado pelo despelado Cecílio, outro conhecido amigo. Ali Cecílio apresentou-me a todos e lá descobri que se tratava da sede da confraria de um dia ter ouvido no bar do Adilson já eu um pouco torrado.  Logo fui servido de uma dose de "Cristiano" e levado ao terreiro mais ao fundo que servia de mijador da sede onde uma coelha se soltara da gaiola e estava escondida por lá. Fogão aceso e sobre uma chapa um panelão borbulhando um caldo de mocotó. Ali passei horas: entrava e saia confrades, de todos os tipos e jeitos; conversando sobre todas as conversas... política, história, erotismo, piadas, fofocas, tudo. Teve até seção de fotos. Algo significativo - já torrado pela décima quinta dose de Cristiano - um enorme poster da basílica já surrado pelo tempo, num lado escondido do barracão, comentei que o poster deveria ser colocado em maior destaque com a aprovação de Cecílio ainda mais torrado que logo se retirou. Michael pediu meus dados...passei e assinei. Acho que foi minha iniciação nesta confraria. Espero honrá-la a contento.

INQUIETAÇÃO - incertezas do Vale

Ainda em Junho, numa passada no Centro Cultural de Iguape, rebuscando uns artigos, encontrei o livro de Júlio Cesar da Costa - escritor poeta natural de Miracatu - SORTILÉGIOS E TESOUROS - adquiri um exemplar. Trata-se de uma coletânea de  poemas relacionados ao nosso Vale. Iniciei a leitura e confesso fiquei frustrado a princípio - não gostei. Na sexta 22.06.13 ao pegar um Cometa para Campinas para uma aula no sábado, insisti: levei o livro e me pus a lê-lo. Diferentemente das primeiras páginas, agora os versos foram me envolvendo, neles pude sentir todas as emoções das almas negras arrancadas de seu torrão africano e fadadas a servir de ferramentas de trabalho na extração do vil metal numa terra desconhecida na divisa das Tordesilhas entre o rio, o mar e a floresta - agora o único lar de suas gerações.  Aqui destaco um poema puramente cultural, social e ecológico das incertezas do destino da nossa gente do Vale:

O VALE TEIMA ESCONDER SEUS PERTENCES
SUAS RIQUEZAS
A MEDIOCRIDADE ACEITÁVEL
ONDE ESTARÁ A NOSSA PEDRA?
NOSSA FONTE DE INFORMAÇÃO?
O MONTE PARNASO É TÃO LONGE DAQUI
MAS XIRIRICA É ALI!
DE FRANCISCA SÓ OS MÁRMORES DE ARAÇÁ.
A BUSCA DA IDENTIDADE CULTURAL
MULTICULTURALISMO
O CÉU OU O ABISMO?

O VALE TEIMA ESCONDER SEUS PERTENCES
CAMUFLA-SE AOS JARGÕES DA POBREZA,
DA FOME.
INCRÍVEL ESSE SONHO,
BANANEIRAS NÃO DÃO MAIS BANANAS
INQUIETAÇÃO É O NOVO FRUTO
O TAL FRUTO DA PÓS MODERNIDADE
INCRÍVEL, COMO É RICO ESSE VALE!

O que eu interpreto deste poema: o vale do Ribeira é o mais pobre território paulistano economicamente falando, porém culturalmente falando esconde ainda grandes tesouros que podem estar ameaçados pela pasteurização social que iguala toda manifestação sócio-cultural contemporânea, e por isso a inquietação do poeta.... 

Estou na metade do livro e acredito que terei mais emoções e mais achados.



   

segunda-feira, 17 de junho de 2013

De volta em Junho

Depois de muito tempo sem vir à Iguape, pude desfrutar novamente do ar desta cidade em 08.06.2013. Deparei-me com uma festa junina e nela, especificamente no sábado (15.06) um espetáculo ao ar livre realizado no centro de eventos. Primeiramente fiquei enfadado com uma trupe passando e repassando o som por volta das 19:00 h, tanto que me refestelei sorvendo um caldo verde ao canto de um bingo que sempre detestei. Passado o som e por volta das 20:30 h, eu e Maria (meu complemento nesta vida) comendo um milho verde na margarina e sal e contemplando o BRANCO – dançarino oficial da cidade e limpador de jardins (um dia contarei sobre ele) numa discreta e tímida performance – pudemos finalmente apreciar  a anunciada sambada de Reis, da companhia Mundu Rodá de teatro Físico e Dança. No principio, uma coisa muito “morna”, os apresentadores oficiais e a própria trupe pedindo aproximação do povo. Com o passar do tempo a trupe foi conquistando os espectadores, e principalmente, as crianças e tudo se transformou...
Uma interação sem igual até o ponto de não se saber se era uma apresentação ou uma brincadeira revivendo a mais sublime e atávica expressão humana.
Parabéns, parabéns, parabéns.

Cumprimento a todos os integrantes do grupo por este feito. Só fiquei com uma ponta de vontade de ver o BRANCO - nosso derviche iguapense – num  desempenho inusitado e insólito junto com a trupe.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Receita de Tubaréu (pastel de queijo e camarão)

Em Abril fui trabalhar no Rio de Janeiro (Jacarepaguá). À noite, para relaxar fui a ao "Planalto do Chopp" onde servem um espetacular bolinho de bacalhau. Lá não pude resistir ao cardápio que anunciava uma porção de tubaréu como novidade. Gostei e quando voltei para Iguape fui logo tratando de tentar fazer a receita ao modo caiçara. Lá vai a receita:

 Ingredientes:
Um quilo de camarão 7 barbas.
02 unidades (caixinhas) de massa pronta de pastel já cortada de forma circular (pegue a de menor tamanho)
Um quilo de mussarela
Orégano
Óleo de oliva extra virgem
03 dentes de alho
02 doses de Cachaça Cristiano (de Pariqueraçu)
Farinha de trigo ou fubá
Sal

Recheio 1
Ralar a mussarela em um ralador no furo grande. Colocar uma porção generosa de orégano e misturar.
Recheio 2
Limpar os camarões retirando as patas e a casca (exoesqueleto), deixando porém a última parte do rabo. Numa panela colocar um fio de óleo de oliva, os três dentes de alho, os camarões, sal a gosto e uma dose da cachaça (60ml). Aquecer no fogo até os camarões ficarem vermelhos. Não deixar por muito tempo, só para dar consistência aos camarões sem deixá-los duros demais.

Montagem do pastel:
- Antes de tudo tomar a segunda dose da Cristiano para dar firmeza nas mãos para a montagem.
-Estender uma massa já cortada do pastel na mesa.
-Posicionar um camarão com o rabo para fora da massa.
-Colocar uma porção da mussarela ralada sobre o camarão estendido na massa
-Envolver o camarão + a mussarela com as duas partes laterais da massa do pastel formando um triângulo.
-Dobrar a parte superior do triângulo fechando o pastel.
-Dobrar as duas pontas laterais da parte superior do pastel.
-Fazer mais uma dobra na parte superior.
-Moldar com as mãos o pastel para que ele fique com o formato de um tubarão martelo.
-Reservar em uma forma ou tigela com um pouco de farinha de trigo ou fubá para que os pastéis não grudem uns nos outros.
Preparo:
Fritar os pastéis em óleo quente e servir.

Comentários:
Acompanhado de uma cerveja bem gelada é um deleite.
O primeiro pastel que montei deu errado, ficou perdido. O segundo ficou muito "gordo". O terceiro abriu dos lados. O quarto a massa rachou. O quinto consegui e depois fui só aperfeiçoando a modelagem.
Rendimento: dá uma porrada (não contei). Servi pastéis para doze pessoas que comeram em média quatro cada uma.





domingo, 7 de abril de 2013

O tucano de ouro


Final de Março 2013. Logo que cheguei em Iguape fui na banca da basílica adquirir o "Tribuna de Iguape" para me inteirar dos assuntos da cidade. Lá estava uma reportagem sobre o livro de crônicas de Roberto Fortes, jornalista editor do jornal e filho da região. Corri para encontrar o meu exemplar. Um livro leve e ao mesmo tempo profundo em reflexões. Contos retratando a vida do povo da Juréia e recheados de suas crenças, costumes e palavreados. Uma preciosidade que adorei ler. Autor de imaginação fértil, colocando na ficção de suas estórias a história da gente da vila do Prelado. Fica aqui a minha recomendação aos amantes do vale do Ribeira e, em especial aos iguapenses (os natos e os cordiais). Também fico eu na expectativa que o Roberto Fortes não pare por aí. 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Dia do Caiçara

Hoje dia 15 de Março comemora-se o dia do caiçara. Transcrevo aqui texto que achei interessante para homenagear todos os caiçaras.



O termo caiçara tem origem no vocábulo Tupi-Guarani caá-içara (Sampaio, 1987), que era utilizado para denominar as estacas colocadas em torno das tabas ou aldeias, e o curral feito de galhos de árvores fincados na água para cercar o peixe. Com o passar do tempo, passou a ser o nome dado às palhoças construídas nas praias para abrigar as canoas e os apetrechos dos pescadores e, mais tarde, para identificar o morador de Cananéia (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 1992). Posteriormente, passou a ser o nome dado a todos os indivíduos e comunidades do litoral dos Estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro (Diegues, 1988). Por muito tempo, após o descobrimento do Brasil, o litoral foi quase a única área de povoamento. Apesar de sua grande extensão, existem elementos culturais e sociais comuns a toda a costa brasileira oriundos, em grande parte, de influências semelhantes na sedimentação das bases sócio-culturais dos habitantes do litoral. Nos estados das regiões Sul e Sudeste ocorreram ainda duas particularidades: a deserção de sua população à medida que o povoamento avançou para o interior e o não estabelecimento de imigrantes, ficando este litoral privado de influências culturais externas (Mussolini, 1980; Marcílio, 1986).
Os primeiros brasileiros surgiram da miscigenação genética e cultural do colonizador português com o indígena do litoral, ocorrida nas quatro primeiras décadas, a qual formou uma população de mamelucos que rapidamente se multiplicou. Esta protocélula da nação brasileira foi moldada, principalmente, pelo patrimônio milenar de adaptação à floresta tropical dos Tupi-Guarani. A chegada do negro africano, como escravo, pouco contribuiu nesta primeira fase. Entretanto, sua incorporação à ordem social e econômica acabou gerando, posteriormente, um contingente mestiço de índios, brancos e negros, que viria a constituir o povo brasileiro (Ribeiro,1974 apud Ribeiro, 1987). FONTE: Cristina Adams

sexta-feira, 8 de março de 2013

Como afugentar morcegos no forro da casa em sete dias.


O episódio de infestação de morcego em nossa casa teve suas consequências. Quando fomos comprar mais um tubo de gel repelente para uma carga de reforço nas entradas do forro, o comerciante informou que o gel estava em falta, pois a procura aumentou muito e nos disse que casas pros lados da vila Garcez foram invadidas por morcegos. Acho que provocamos isto!!!

Portanto, aqui vai a nossa receita bem sucedida aplicada para o expurgo de mais de setenta morcegos no forro da casa sem eliminá-los:

Primeiro dia à noite: verificar os locais de entrada e saída dos morcegos no forro.
Segundo dia à noite: fazer uma contabilização dos morcegos.
Estes dois passos consiste numa simples observação da movimentação dos morcegos no momento de sua saída ao anoitecer.
Terceiro dia durante o dia: colocar bolinhas de naftalina dentro do forro. O odor é irritante aos morcegos, os menos tolerantes sairão e não voltarão.

 Quarto dia durante o dia : aplicar um inseticida (fumigar) no forro. Os morcegos ficam pendurados na parte superior do forro e na parte inferior vira um depósito de fezes e coisas que eles trazem para dentro do forro. Estes dejetos atraem e sustentam muitos insetos e principalmente baratas. Portanto, é necessário também eliminá-los, pois é o maior foco de possíveis contaminações e doenças. Este procedimento também irá irritar os morcegos, porém não vai eliminá-los. Prepare-se para matar algumas baratas pela casa, pois elas descem do forro.

Quinto dia durante a noite: esperar a saída dos morcegos ao anoitecer, fechar os vãos de entrada e saída deles (se possível|) e aplicar o gel repelente de pombos. Isto fará que eles não só retornem ao forro, mas também os afugentem procurando novos abrigos.

Sexto dia durante o dia: verificar se existe algum morcego caído no chão ao redor da casa. Durante a noite alguns se debatem forçando entrar no forro e, lambuzados de gel, caem estressados e extenuados. Estes terão que ser eliminados (infelizmente), no nosso caso foram três morcegos. Durante a noite verificar se alguns retornam às entradas onde o gel foi aplicado. No caso de não ser possível vedar a entrada no forro, alguns irão acabar entrando e morrer dentro do forro (no nosso caso isto não foi verificado).

Sétimo dia durante o dia: proceder a limpeza do forro (se possível) retirando as folhas, fezes e outras sujidades. Cuidado! não esquecer de paramentar-se com macacão, gorro, luvas e máscaras. Colocar telhas transparentes (vidro ou plástico cristal) suficientes para dar iluminação interna ao forro mantendo os morcegos longe do local.

É importante lembrar que o morcego por ser silvestre é um animal protegido por lei e matá-lo é crime. Mais que isso o morcego controla os insetos e é o mais importante polinizador do que resta da nossa mata atlântica. Preservá-lo é preservar a natureza.  
  




domingo, 17 de fevereiro de 2013

O mundo não vai acabar no Boi Tatá...

Hoje Eu quero extravasar.... no meu segundo ensaio do Boi Tatá.
Rolou a bebedeira...no bar do Adilson ponto de concentração.
Recordar é viver eu hoje sonhei com você...passou um filme da minha vida.
Brilhou na vila Xurupita... Meus tenros tempos de mocidade.
Deixa, deixa, deixa... eu me levar no meu sonho
Três dias é muito pouco... e eu fiquei louco.
Eu vou atrás do bumbum da bateria... e se possivel de outros bumbuns.
E neste embalo vou até raiar o dia... e eu fui.
Rebola bola remexe que eu quero ver... e eu vi o ensaio do Boi.
É o boi...é o boi...é o boi... e é o boi.

PÉRIPLO IGUAPANO

Nas minha noites de insônia estando em Iguape faço o périplo iguapano. Pego minha bike Peugeot 3 marchas de 33 anos e vou:

Rua Coronel Jeremias Muniz - Rua Ana Cândida - Avenida Getulio Vargas - Rua Euclides Roque -
Avenida Princesa Isabel - Avenida Jânio Quadros - Rua Saldanha Marinho - Rua Jor Ricardo Kronner - Rua Dom Edílio José Soares - Rua Vereador Loreno Lima - Rua Capitão Augusto Rollo - Rua Maria Bruno - Rua Padre Wirtz - Praça São João - Avenida Eduardo Elano Pereira - Avenida Coronel Jeremias Muniz.

E assim, em aproximadamente 18 Km, percorro a cidade. Chego em casa, tomo um banho e vou durmir. Melhor que um sedativo.

Minha bike Peugeot 3 marchas

Em 1980 estava já a dois anos trabalhando como professor de madureza (curso preparatório para adultos prestarem provas aplicadas pelo MEC para adquirirem certificação do primeiro e segundo grau completo). Consegui juntar uma grana e comprar minha primeira bicicleta. Ela me acompanhou no meu primeiro namoro sério, noivado, casamento, primeira filha e primeiro filho. Ficou aposentada durante 20 anos. Em 2000 tirei a poeira, a ferrugem, lubrifiquei e recomecei a pedalar... São Paulo já não era a mesma coisa em termos de trânsito e, com os quilos adquiridos e reflexos minorados, não tinha mais a performance necessária para esta cidade. Acabei aposentando-a novamente em 2002. Novembro de 2013 levei-a para Iguape e minha vida de bike recomeçou.  Com ela faço supermercado, quitanda, pagamentos e lazer. Já não somos mais os mesmos, porém estamos rejuvenescidos e um dando a maior força para o outro com muita cumplicidade. Agradeço muito a Deus esta oportunidade de pedalar mais um vez.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quaresmeiras

Em 16.01.2013 desço de São Paulo para Iguape de ônibus. Longe de ser uma viagem entediante tive uma grata surpresa: chegando na serra do Cafezal onde o trânsito da BR116 pára, percebo que a serra está toda enfeitada por tons que vão do branco ao lilás. São as quaresmeiras que florecem de novembro a março. Nome atribuido a várias espécies botânicas da mata atlântica que florescem no período que vai até a Quaresma. Nesta região o que impera é o manacá-da-serra (Tibouchina mutabilis), árvore angiosperma brasileiríssima que possui o grande prodígio de colorir a mata neste período. Foi uma viagem agradável e curta, curtindo uma beleza que a natureza não cobra pedágio para admirar.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Ensaio do Boi Tatá

24.1.2013, Véspera de feriado do aniversário de São Paulo. Descemos para Iguape à tarde e chegamos nove hora da noite. e lá na esquina  da rua Tenente Coronel Jeremias Muniz com a rua Ana Cândida Sandoval Trigo, na Beira do Valo, o ensaio da bateria do bloco do Boi Tatá estava a pleno vapor. Criado em 1981, o bloco do Boi sai deste local da Vila Garcez que no carnaval se transforma na "Vila Xurupita".  Com o seu carro alegórico em forma de boi e os olhos vermelhos piscantes, nasceu de uma cabeça de boi encontrada no bairro do Momuna. No carnaval, o bloco sai desfilando pelo bairro e centro da cidade arrastando  mais de 2.000 foliões nas edições mais recentes. De acordo com a organização dos festejos carnavalescos de Iguape, o bloco do Boi Tatá sai de madrugada, findando com ele os desfiles daquele dia.O Boi Tatá tornou-se tradição do Carnaval de Iguape. E eu como folião iguapense digo: " Sem o Boi não brinco o Carnaval!".

Inquilinos Indômitos (conclusão)

Como a infestação de morcegos ficou por nossa conta, a estratégia era não exterminá-los e sim afugentá-los. Iniciamos colocando no forro muitas bolinhas de naftalina. Compramos um gel repelente para morcegos (que também funciona para pombos e, após anoitecer e procedermos a contagem da saída dêles, aplicamos o produto no vão que eles usam de entrada e saída para o forro da casa. No outro dia fomos embora para São Paulo cedo e a casa ficou fechada por três dias. Quando cheguei encontrei 03 morcegos nos fundo da casa embaixo do freezer que fica lá. Durante o dia entrei no forro pelo alçapão e não avistei os morcegos. À noite verifiquei barulho e fiquei de campana olhando para o vão e lá estava 01 morcego tentando voar sem conseguir. No dia seguinte fui obrigado a sacrificar os três que ainda permaneciam andando pelo quintal para abreviar o sofrimento deles. Passou-se mais uma semana e não encotramos mais vestígios deles, acho que funcionou. Agora será necessário colocar mais uma carga de gel repelente no vão, fazer uma limpeza no forro e colocarmos algumas telhas de vidro no telhado.    

domingo, 20 de janeiro de 2013

AGENDA 2013 - Festa de São Sebastião

De 18 a 20 de Janeiro de 2013 aconteceu em Iguape a festa de São Sebastião onde participei pela primeira vez como morador do Bairro de Vila Garcez. Pude somente participar de duas missas, pois me programei para fazer serviço de pintura além de verificar a efetividade da remoção dos morcegos do forro da casa e no Domingo não pude participar da procissão, pois tive que retornar a São Paulo. Após a primeira missa, a ocasião foi muito proveitosa socialmente, pois no tradicional café servido pude ter meus primeiros contatos com o prefeito Tony e com o padre Jaime.   

Procurei saber mais sobre este Santo.
Sebastião nasceu em Narbona - França, primeira colônia romana fora da Itália no final do século III. Criado como cristão, alistou-se como  militar nas legiões do imperador Dioclecianio e, por mérito, chegou a comandante de sua guarda pessoal. Na sua condição de cristão amenizava o sofrimento e tortura dos seus irmãos de fé perseguidos na época. Delatado não renegou sua condição de cristão ao imperador e por este foi condenado à morte por flechadas. Sobrevivendo a este martírio, ao invés de esconder-se, recuperado, procurou novamente o imperador para argumentar sobre sua fé. Novamente foi espancado até a morte por pauladas e jogado no esgoto público. Na condição de mártir cristão foi resgatado e sepultado. Quatrocentos anos após, seus restos mortais foram removidos para uma basílica romana quando uma peste assolava. Com este ato coincide a remissão epidêmica. Associado a este episódio e por ser soldado, foi considerado protetor das pestes, fome e guerras. Este santo me traz uma forte expressão de coragem diante de uma convicção.

Eu, como farmacêutico, e por coincidência ser o dia de São Sebastião (20 de Janeiro) também ser no Brasil proclamado o dia do Farmacêutico (não pelo Santo mas sim por ser a data alusiva à fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF) em 20 de janeiro de 1916) , embora ele não seja o seu padroeiro, vejo muitas aproximações. O farmacêutico é um profissional da saúde e como no milagre de São Sebastião tem muito a ver com a saúde pública. O farmacêutico muitas vezes é assediado ao mau procedimento, pois trabalha próximo a drogas ilícitas e muitas vezes tentado liberar medicamentos  não adequados aos tratamentos de doenças, para tanto deve ter uma convicção e uma retidão ilibada. Portanto, pessoalmente, o consagro também o santo dos farmacêuticos.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Cena Inesquecível

Sexta-feira 11.01.2013 teve show na Ilha. Natiruts era a banda. Vou de bicicleta para a casa do meu concunhado Tony. Depois de fazer a cabeça nos dirigimos para local com nosso kit sobrevivência (uma sacola térmica com 5 latinhas de cerveja). Dormi na casa dele. No sábado lá pelas 6:10 levantei e parti com minha bike peugeot argentina de três marchas de volta a Iguape. Quase no meio da ponte Laércio Ribeiro me deparo com uma visão ímpar: um bando de guarás cruzando o mar pequeno vindo das bandas de Cananéia em direção à barra do Icapara. Três minutos de puro deleite: eu no meio da ponte, o mar pequeno embaixo, os guarás manchando o céu de vermelho, o Cristo acenando para todos do morro do Espia e o sol surgindo matizando o início do dia. Uma cena inesquecível.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Conversa de Bar

Após pintar o portão da frente, tomo um banho e me dirijo ao bar do Adilson. Lá me sento e peço uma cerveja. É cedo e sou o primeiro freguês. Começo a conversar com o Adilson e falo do meu problema com os morcegos no forro de minha casa.  Começa a chegar os frequentadores e Adilson faz uma enquete sobre como sanar meu problema e aí começa:
- Joga naftalina;
- Faiz uma tocha e taca fogo nos bicho;
- Pega uma vara de bambu e balança que os bicho sai e aí tampa a entrada deles;
- Tira algumas telhas do telhado, eles vão embora, não gostam do claro.
- Espantá morcego não sei, mas afugentá purga não tem melhó qui estorá bombinha, elas morri tudo, tem ouvido sensívi, sei lá. Mas funciona.
E assim foram 30 minutos de coleta informativa ouvindo o puro sotaque iguapense - um caipira cantado - uma profusão de atavicos sons provenientes da miscigenação e do parcial isolamento da região. Um deleite sonoro. 

domingo, 6 de janeiro de 2013

AGENDA 2013 - Festa de São Benedito

Pela primeira vez participo dos festejos em louvor a São Benedito realizado de 3 a 6 de janeiro em Iguape. Foi a 157ª edição e assisti a realização do primeiro tríduo. Estes três dias de reflexões sobre a vida deste Santo pude conhecer mais sobre sua trajetória: nasceu  na Sicilia sul da Itália.Negro filho de Diana e Cristovam descendentes de escravos etíopes. Na juventude foi pastor, lavrador e consagrou-se padre eremita franciscano. Após foi designado para ser cozinheiro no convento dos Capuchinhos.Era analfabeto, porém muito sábio, era muito procurado para aconselhamento pelas pessoas. Verificando mais a fundo a história deste santo acredito que sua personalidade foi fruto do exemplo de humildade, respeito, honestidade e retidão dos seus pais. Uma família sólida e rica de exemplos forja o futuro homem - isto eu vejo cada vez menos ocorrer nesta sociedade consumista onde o TER é imperioso e o SER é vazio e totalmente dependente do TER. Viva São Benedito o santo negro modelo de caridade, simplicidade, humildade e prodigioso cozinheiro!

Dia 06.01.2013 além de assistir a missa solene acompanhei a procissão. Este cortejo religioso realizado numa marcha pelas ruas da cidade despertou-me novamente o senso de comunidade que há muito não sentia. Sempre acreditei que o homem necessita de simbolismos para se reafirmar como ser e apesar de criticada pelas religiões protestantes as procissões católicas apresentam o sentido de caminhando as pessoas se reafirmam como participantes de um objetivo comum e assim espalhando bençãos que só a fé pode promover. 

Teve também a corrida rústica onde parabenizo meu amigo Ednei Rangel pelo terceiro lugar.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Os inquilinos indômitos ( I )

Durante as primeiras arrumações de mudança para a nova casa não percebemos, mas com o passar dos primeiros dias fomos percebendo um barulho estranho no forro. No adiantado da noite ouvia-se com se fosse um soco na parede seguido de grunhidos e guinchados. Após quinze dias com a casa limpa e fechada encontramos no chão, rente às paredes da escada e de um dos quartos, muita sujeira acumulada. Eram pombos? com certeza não. Eram gatos? poderia ser, observamos muitos gatos passeando nos telhados. A verdade veio no nosso primeiro churrasco nos fundos da casa ao entardecer: morcegos!!! Começamos a observá-los: saiam no lusco-fusco sempre por uma abertura entre a calha e o telhado. Contamos: saiam aos pares pegando vários rumos, uma verdadeira plataforma de lançamento, um, dois, três....setenta!!! 

Tinhamos que fazer alguma coisa. Pesquisando na internet vimos que podiam transmitir doenças, e que são protegidos por lei por serem animais silvestres não podem ser exterminados. Fomos primeiro à Policia Ambiental de Iguape para saber se podiam fazer alguma coisa. Lá um soldado de plantão disse que nada podia fazer, e orientou ir ao Centro de Controle de Zoonose (CCZ) da cidade. E lá fui, fica pertinho, na rua de casa. Decepção, em Iguape não tem este serviço de remoção. Fui ao IBAMA, para ver se tinha um biólogo para fazer pelo menos uma identificação da espécie. Outra decepção, lá não tem biólogo.

Procurei o site da prefeitura para reclamar, porém nem um serviço ouvidoria encontrei. É..., para uma cidade que se diz voltada  para o cuidado com o meio ambiente, Iguape, no meu ponto de vista não está tão preparada assim, alguma coisa temos que fazer, ao que se diz não é a prática. Vou acompanhar de perto esta nova gestão.